Ocupar terras, ocupar telas
Guilherme Landim
Pedro Assugeni
2025
As imagens teimam em ocupar temporalidades e espacialidades outras. Em seus ruídos, seus germinares, e suas encantarias, desenrolam fios do tempo, criando tramas de um jogo constante de memórias fantásticas e fabulações críticas. As imagens surgem como aparições, trazendo mensagens cósmicas para o eterno agora, e se esvaem liquidamente deixando inquientanças que nos colocam em movimento, em fricções. As imagens se fazem e se refazem em gestos poéticos e tramas complexas da montagem. Elas nos convidam ao gesto sensível da coleta de sementes, mesmo diante da guerra, do trauma das violências, gestos mínimos para germinar uma revolução-semente, um lugar molecular partindo do subconsciente. As imagens se montam e se desmontam, abrindo caminhos para portais inventivos, explosões sensoriais, lugares férteis e nutritivos, nosso alimento do Orí. Essas entidades-imagens nos atravessam, provocando um espírito comunitário de sobrevivências, criando um ecossistema-imagem transcendente na disputa narrativa por territórios simbólicos. Imagens são capazes de reflorestar desejos, de tornar real a luta por ocupar telas, ocupar terras.
Documentário experimental em confluências com o processo de montagem da mostra “Ocupar Telas, ocupar Terras”, realizada na Biblioteca Octávio Ianni (IFCH/Unicamp)
Imagens e montagem | Guilherme Landim e Pedro Assugeni
Narrativa | Antônio Carlos Santos Silva, “TC” da Casa de Cultura Tainã
Trilha sonora | Luca D´Alessandro
Coordenação | Fabiana Bruno
Curadoria da mostra | Edgar Kanaykõ Xabriabá, Fabiana Bruno e Luis Felipe Hirano
Montagem da mostra | Rogério Borges
Assistência de montagem | Rita de Cassia Lima Chagas, Carlemberg Junior Cruz Vieira, Adriano da Silva Melgueiro, Arthur Mafort Pniewski, Luís Cláudio Mendes, Pedro Henrique Assugeni Guelfi
Palavras-chave: Ensaio visual; Povos originários; Memórias; Fabulações.

