Vislumbres | Traços | Sombras | Ruídos | Lapsos | Conexão | Composição-montagem | Camadas
Grafia em linha é um arquivo digital do La’Grima – Laboratório Antropológico de Grafia e Imagem / Unicamp, um ambiente habitado por um conjunto de pesquisadores que nele se reconhece e faz circular as suas atividades científicas-estéticas a outros, com o convite aberto para novas contribuições. 
O nosso esforço é tornar as tags – os marcos da cartografia do ambiente digital – também lugares de encontros, experimentações, descrições e narrativas, e não de classificações englobantes e fixas. As tags, aqui, são linhas que se abrem, transbordam, encontram outras direções possíveis. São “linhas de fuga” (Deleuze), “linhas de errância” (Deligny). O propósito principal das tags é criar relações, conexões, pôr as coisas em movimento, percorrer caminhos, recolher restos, acolher rastros, vislumbres, camadas, sombras, ruídos, lapsos. E, com isso, abrir para outros modos de ver, conhecer, fazer, narrar. Como diz Isabelle Stengers (2006, p.169), “fabular, narrar de outra maneira, não é romper com a “realidade”, mas procurar tornar perceptível, fazer pensar e sentir aspectos dessa realidade que, usualmente, são considerados como acessórios”.
Escutas escritas

Escutas-escritas, de histórias-memórias-ficções 

Luíza Câmara Maretto

2025

O presente texto faz parte da dissertação de mestrado “Cartografias de envolvimento: sentipensar com a terra e o pós-desenvolvimento no Chora Neném”, realizada na área de Desenvolvimento Regional com interface com a Literatura, pelo Centro Universitário Municipal de Franca-SP. A pesquisa utilizou-se da metodologia cartográfica, baseada em Deleuze e Guattari, Benevides e Passos. Também embasaram o percurso: Arturo Escobar, Ailton Krenak, Nego Bispo e Célia Xakriabá. Além disso, referências das artes literárias movimentaram as experimentações narrativas, como Leda Maria Martins, Conceição Evaristo e Eduardo Galeano. Escutamos memórias da vida das pessoas em relação ao seu território, trocamos contos e poesias, transcrevemos cada palavra dita e escrevemos uma narrativa ficcional de memória coletiva. Fechando e abrindo, uma contação de histórias com teatro aconteceu: abriu-se para quem quisesse contar mais uma história, e mais uma e mais uma… abaixo o registro da narrativa da memória coletiva escutada e experimentada em ficção escrita. 

Paisagens ou Territórios Sonoros para sentipensar com a terra

Luíza Câmara Maretto

2025

Apresenta-se aqui parte do percurso da dissertação de mestrado “Cartografias de envolvimento: sentipensar com a terra e o pós-desenvolvimento no Chora Neném”, realizada na área de Desenvolvimento Regional com interface com a Literatura, pelo Centro Universitário Municipal de Franca-SP. A pesquisa utilizou-se da metodologia cartográfica, baseada em Deleuze e Guattari, Benevides e Passos. Também embasaram o percurso: Arturo Escobar, Ailton Krenak, Nego Bispo e Célia Xakriabá. Além disso, referências das artes literárias movimentaram as experimentações narrativas, como Leda Maria Martins, Conceição Evaristo e Eduardo Galeano. Foram realizadas escutas de memórias das pessoas moradoras do território de envolvimento da pesquisa; transcrições, escritas e reescritas de narrativas ficcionais; trocas e leituras de contos e poesias; contação de histórias; teatro e abertura para encenação de memórias contadas no momento da apresentação; entre outros exercícios que perpassam escutas, leituras e escritas. Paisagens ou Territórios Sonoros foi mais uma experimentação de incorporar a pesquisa afetivamente. 

Tudo Aquilo Que Não Consigo Dizer Com Palavras: por uma antropologia feita de linhas, cores e formas

Jéssica Nunes da Silva

2025

“Eu desenho desde que me conheço por gente”. Partindo de reflexões sobre desenho e antropologia, este ensaio visual materializa-se enquanto um trajeto de redescobertas e reconciliações: na primeira pessoa, a autora busca estabelecer paralelos entre as diferentes formas, funções, usos e possibilidades do desenho etnográfico, e sua própria trajetória. Pergunta-se, dessa forma: tanto quanto o próprio ato de desenhar, subsumido à palavra escrita na trajetória profissional de um sem número de antropólogas-artistas, estaria também o desenho relegado a um lugar menor no rol das técnicas empregadas no trabalho antropológico? Em “tudo aquilo que não consigo dizer com palavras”, o fazer artístico emerge enquanto via de possibilidade para a produção de conhecimento antropológico. Evocativo e singular, expandindo os regimes de visualidade e permitindo co-criar mundos, o desenho reflete não apenas a permeabilidade entre a antropologia e os diferentes fazeres artísticos, como também redimensiona a experiência, permitindo diálogos outros quando apenas a palavra escrita não basta.

Formas de ler um arquivo

Gabriela Acerbi Pereira

2025

Breve relato acerca dos processos de produção de uma tese de doutorado que envolveu a análise de arquivos do século XIX em articulação com narrativas pessoais de trajetórias espirituais de famílias sul-mineiras, tendo em vista a relação das pessoas com as entidades Pretos Velhos, com a devoção em São Benedito e com os antepassados sanguíneos. O trabalho percorreu ainda fotografias de família, fotografias institucionais do início do século XX e anúncios de jornais que abordam a presença da população escravizada no final do século XIX nesse território.

As travessias como modo de conhecimento: linhas e movimento em Grande-Sertão: Veredas

Marco Tobón

2025

Este texto é a leitura que um estrangeiro faz de Grande Sertão: Veredas (1956) de Guimarães Rosa. Sua chave de leitura segue as linhas, é uma leitura em movimento, a leitura de alguém sem domicílio fixo, que escreve de um local de viagem provisório. Em diálogo com algumas ideias de Tim Ingold em seus livros Líneas. Una breve historia (2015) e La vida de las líneas ( 2018), penso como os caminhos que se percorrem nesta vida fazem parte do conhecimento sobre o mundo. Aqueles que perambulam aprendem enquanto avançam ao longo de suas linhas de viagem (Ingold 2015, pág. 130). O texto reflete sobre os trajetos percorridos, sobre nossas andanças, como se fossem uma personagem em si mesma. Estas reflexões, no fim das contas, são um gesto de gratidão como leitor, como aquele que ainda se sente um passageiro sem destino. 

Pensei que fosse perder lá dentro

Amanda Mattos

2025

“Pensei que fosse perder lá dentro” é um trabalho artístico centrado na investigação das sensações provocadas no corpo pelo uso de absorventes internos. Nas imagens criadas sequencialmente, me aproprio do caráter fálico do objeto provocador deste estudo, metamorfoseando sua forma em um ser outro a partir da sugestão de figuras marinhas, tais como conchas, peixes, crustáceos e afins.

É UM DESENHO OU UMA FOTO?: Uma reaproximação da experimentação

Ana Clara Damásio

2024

“É um desenho ou uma foto? Uma reaproximação da experimentação” explora a interseção entre desenho e fotografia dentro da prática etnográfica. A autora, Ana Clara Damásio, reflete sobre como essas duas formas de criação se entrelaçam e borram suas fronteiras, questionando a distinção entre “fazer” e “tirar”. A partir de uma experiência pessoal, na qual foi questionada se uma imagem era desenho ou foto, a autora mergulha na ideia de que a imagem pode habitar a dúvida, sem necessidade de uma resposta definitiva. Ela propõe que a fronteira não é um problema, mas sim uma oportunidade de habitar, revelando dimensões da prática antropológica. Ao adotar uma abordagem multimodal e experimental, o texto sugere que a pesquisa etnográfica pode ser enriquecida por essa flexibilidade, permitindo novas formas de ver, conhecer e representar a realidade.

Desenhar Como Quem Aprende a Fazer o Próprio Nome 

rnld Nogueira

2024

O ensaio reúne desenhos de 2018 a 2024 que compôem investigações acerca da autoimagme por meio de autoretratos. Cada prancha, contrastando os desenhos de diferentes épocas, expõe como o ato do desenho muda em acordo com os momentos de pesquisa e compõem o pensamento em curso. No trabalho com as imagens assumo o desenho como modo de forma (Ostrower, 2004) e me aproprio (Derdyk, 1989) da minha própria imagem em um processo de invenção de si (Nogueira, 2023) materializando ainda na grafia de meu nome.

Relato de uma transgeneridade cibernética

 

Ana Carolina Santino de Sá

2024

Relato de uma transgeneridade cibernética é um experimento imagético e autoetnográfico em formato de zine. O zine em questão teve como inspiração e base bibliográfica as obras de (Haraway, 2020) e (Deleuze & Guattari, 2010), bem como as vivências do autor enquanto uma pessoa trans não binária, um aglomerado de máquina-organismo, que por acaso é lido como mulher.

Ruído

Tatiana Lotierzo

2024

Essas fotos foram tiradas durante a pandemia de Covid-19. Em ambiente rarefeito, fui pega por refrações mediadas por superfícies transparentes – notadamente, lentes, vidros e sua capacidade de abrir diferentes modos de ver, estar, aproximar-se e se afastar daquilo que é visto; refazer relações no ambiente. Isso aconteceu quando percebi, por acaso, um potencial inesperado da câmera de um celular antigo para fazer fotos com ruído (eu queria o ruído). Tirei boa parte dessas fotos no carro, em movimento, com o vidro fechado, mas também imagens tiradas de janelas.

Hêmba

Edgar Kanaykõ Xakriabá e Fabiana Bruno

2023

A fotografia é um meio de luta para fazer ver – com outro olhar – aquilo que o povo indígena é. Com essas palavras, Edgar Kanaykõ Xakriabá, fotógrafo que pertence à Aldeia de São João das Missões, no norte do estado de Minas Gerais, define sua maneira de conceber fotografias no mundo. Na língua Akwẽ, Hêmba, título do fotoliovro de sua autoria, significa “alma e espírito” e a sua tradução alude à concepção de “fotografia e imagem”.

Uma montagem por fragmentos

Daniela Feriani

2020

Este texto foi feito com frases, questões e inquietações a partir do debate que aconteceu numa reunião do Laboratório Antropológico de Grafia e Imagem sobre, principalmente, a operação de montagem como modo de conhecimento e suas possíveis relações com fragmento, colagem, experimento.

Sobre pérolas, botões, corpos e estrelas: uma montagem a partir do filme “O botão de pérola” (2015), de Patricio Guzmán.

Fabiana Bruno

2020

Montagem feita a partir do filme “O botão de pérola” (2015), de Patricio

Guzmán.

Montagens que fazem ver: fios, sombras e estilhaços

Daniela Feriani

2021

O objetivo deste texto é mostrar como a montagem enquanto dispositivo de operação e modo de conhecimento contribuiu para fazer ver algumas relações inusitadas, obtusas, não óbvias (ou não dadas a priori) em minha pesquisa com pessoas em processo demencial. A partir de 03 montagens, mostro como o percurso etnográfico consistiu em recolher os fios que vão compondo a demência em diferentes campos e sujeitos, as conexões e desconexões que esses processos operam – os deslocamentos conceituais das noções de pessoa, doença, memória, velhice, realidade – e como o diálogo com os rituais xamânicos me permitiu ver o que normalmente não se vê diante de uma enfermidade como essa, transbordando da biomedicina para outras dimensões possíveis.

Tem uns peixes aqui

Daniela Feriani

2023

Eu acompanhava seu João em uma consulta no ambulatório de neurologia de um hospital universitário, junto com sua filha, Paula, a principal cuidadora, quando notei, na sala de espera, que ele olhava para baixo com muito interesse. Segui a direção de seu olhar. Ele percebeu o meu movimento e comentou: “Tem uns peixes aqui”. “Uns peixes?”, perguntei. “É, tem uns peixes nadando nos meus pés”.

A ruína da imagem: algumas linhas sobre uma fotografia em estado de desaparição

Rodrigo Frare Baroni

2024

Este pequeno texto é um experimento, um devaneio por extenso elaborado por ocasião de uma tentativa de me aproximar de um conjunto de fotografias descartadas que compõe o projeto ACHO – Arquivo Coleções de Histórias Ordinárias. Dentro desse arquivo-coleção, oriundo da parceria de artistas e pesquisadores com catadores de materiais recicláveis da cidade de Campinas-SP, algumas imagens puídas e desbotadas me chamavam particularmente atenção, pois esse estado material parecia exprimir, para mim, algo referente ao próprio abandono dessas imagens. Elegi, portanto, uma dessas imagens para tentar pôr em palavras algumas das impressões inconclusas acerca do que essa fotografia me suscitava.

A dança das águas marajoaras 

Alysson Camargo 

2018

Em maio de 2018 participei da Vivência Marajó, uma residência artística na Ilha do Marajó (Pará, Brasil) com o fotógrafo Luiz Braga. Durante essa experiência, produzi um curta-metragem chamado “Dança das águas marajoaras”.

Marajoara 

Alysson Camargo 

2018

Em maio de 2018, participei da Vivência Marajó, uma residência artística na Ilha do Marajó (Pará, Brasil) com o fotógrafo Luiz Braga. Durante essa experiência, fiz uma série fotográfica sobre o carimbó intitulada Marajoara I, II e III.

CERZINDO O TECIDO SOCIAL: Ressignificações do bordado arpillera e a vida de atingidas por Belo Monstro

Ralyanara Moreira Freire

2021

Grupos de mulheres em diferentes regiões do Brasil estão criando “testemunhos” do cotidiano através de linhas, agulhas, tesouras e tecidos. Seus bordados adotam a linguagem das arpilleras confeccionadas no Chile. Ao se reunirem para bordar, as mulheres refletem sobre perdas e deslocamento forçado; sobre as novas condições de vida; fortalecem a coesão enquanto grupo; e alimentam a consciência de constituição de gênero, classe, raça e etnia.

O Museu das Invasões 

2023

Emiliano Ferreira Dantas

O Museu das Invasões é uma longa pesquisa antirracista que se apresenta como uma proposta crítica destinada a despertar a consciência de que as imagens/fotografias produzem discursos de poder. Neste sentido, como podemos ler e interpretar imagens/fotografias feitas para representar o “outro” como exótico?

Pindoba: Não existe ciência livre em corpos presos

Luciene Dias

2023

O livro Pindoba: Não existe ciência livre com corpos presos expressa os nossos primeiros brotos aglutinando pesquisas, estudos e apoios mútuos em níveis de graduação, mestrado e doutorado. Teorizamos a partir de nossas múltiplas experiências e o que nos agrupa são as nossas diferenças. Por isso, o livro reúne textos e imagens que, elaboradas por Ralyanara Freire, evidenciam em papel algodão diversos cortes, furos, errâncias, trilhas e pontuações sintetizando nossos atravessamentos.

Bordando um mapa: um experimento com linhas

Hellen Fonseca

2023

Esse experimento foi produzido com o intuito de traçar a rota marítima percorrida pelo músico e poeta pelotense Luiz Carlos Lessa Vinholes (1933 -), de 4 de julho a 7 de agosto de 1957. O navio Burajiru Maru zarpou do porto de Santos, cruzou o canal do Panamá, aportou em Los Angeles e chegou ao Japão após 33 longos dias no mar.

 

Desarquivar

Kris Herik de Oliveira

2023

Vídeo da Tese de Doutorado em Ciências Sociais de Kris Herik de Oliveira, intitulada “‘Transplantando esperança’: tecnobiopolítica em terapias experimentais com células-tronco para a cura do HIV”, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com orientação da Prof.ª Dr.ª Daniela Tonelli Manica, defendida e aprovada pela banca examinadora em 18/08/2023.

Três diários de grafia

Kris Herik de Oliveira

2023

Vídeo da Dissertação de Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas de Kris Herik de Oliveira, intitulada “De encontros, verdades e afetos: cartografias da sexualidade”, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da Faculdade de Ciências Aplicadas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com orientação da Prof.ª Dr.ª Carolina Cantarino Rodrigues, defendida e aprovada pela banca examinadora em 01/02/2019.

Alumiou o Cerrado, Explodiu em Cores

Ralyanara Freire

2023

A pesquisa e experimentação visual Alumiou o Cerrado, Explodiu em Cores é uma série de gravuras em pequenos formatos. O trabalho está sendo desenvolvido desde 2022, quando foi apresentado através de fotografias bordadas. Agora, ele está sendo experimentado por meio da gravura em relevo. As imagens são abstraídas a partir de “caminhadas sensitivas pelo Cerrado”, que são acompanhadas de escutas e pesquisas de campo entre mulheres conhecedoras do lugar, como raizeiras, parteiras, benzedeiras.

Incorporar

Sabrina Sanfelice

2023

Essa pequena série de fotografias é parte integrante de uma grande coleção de imagens, realizadas a partir do ano 2003 até recentemente, em diferentes cemitérios no Brasil e no mundo. Atualmente, a coleção conta com mais de cinco mil imagens.

Martes por vir

Oscar Guarin

2023

Trata-se de um conjunto de ensaios em vídeo, resultado do projeto “Imagens de tempos futuros” (2019-2023), desenvolvido pelo SensoLab, com financiamento da Vice-reitoria de Pesquisa da Pontifica Universidad Javeriana, Bogotá. A proposta consistiu em pensar o significado da exploração de Marte a partir de múltiplas perspectivas, colocando em tensão e suspeita as certezas que acompanham esse projeto.

AQUILOMBAMENTO

Luciene de Oliveira Dias
 
2022
 
Arriscar-se na escrita do que é sentido e vivido cotidianamente é trazer para o mundo das letras o que a maior parte das pessoas chama de “realidade”. É de uma complexidade encantadora escrever uma realidade em fuga, uma realidade movediça, uma realidade aquilombada, uma realidade que se esconde em cada beco, em cada fresta que se abre, em cada brejo que se forma.

Um dia de mercado

Ernenek Mejía e Mariana Petroni

2007

Estas são fotografias tiradas no município de Yalálag, localizado na Serra Norte do estado de Oaxaca no México, durante um dia de mercado, no qual os moradores da cidade comercializam os produtos de suas pequenas propriedades. Yalálag é habitada por 2000 indígenas zapotecos, que falam a língua com o mesmo nome, e compõem uma população extensamente numerosa no estado.

Um experimento fotoetnográfico

Suely Kofes

2023
 
A pesquisa e a escrita da minha dissertação de mestrado, “Entre nós, os pobres, eles, os negros”, defendida em 1976, não incluiu fotografias. No
diário de campo, fiz desenhos das casas, mas não os incluí no texto final. Na Plataforma do La’grima, “Grafia em Linha”, é possível ter acesso à referida dissertação em “Manuscrito”. Completando a postagem, e como extensão dela, eis aqui um “experimento fotoetnográfico”, ou como experimentos em grafias.

As imagens e as linhas:  um experimento a partir de The Life of Lines de Tim Ingold

Fabiana Bruno
 

2023

O experimento apresentado é um exercício dedicado a olhar as imagens – e não apenas ler o texto – que acompanham as três partes da edição da obra “The Life of Lines”, de Tim Ingold. Essa tentativa corresponde à proposição de olhar, detalhar e perceber o “movimento” e o “trabalho” das linhas, que se dão também com e por meio das imagens selecionadas de diferentes naturezas (reproduções de desenhos, fotografias, pinturas e gráficos) ao se relacionarem com o texto dessa obra.

Montar, pensar, imaginar

Fabiana Bruno
 

2023

A partir da escolha de três montagens realizadas ao longo de minha trajetória de pesquisa na antropologia, mostro, em um texto que se pretende breve, como essas operações – ou atos – permitiram “tornar visível”, “fazer aparecer”, “fazer ver”: de um lado, o quê e como se afeta, se narra e se lê uma imagem e, de outro, o quê e como se mostra, se imagina e se ouve uma imagem. A inspiração, aqui, é no universo das montagens “dos atlas” (WARBURG, 2010; DIDI-HUBERMAN, 2013) – e não apenas “dos álbuns” – para perscrutar o conhecimento por imagem constituído nas intersecções do pensar e imaginar.

De Marte para a Terra

 
Marta Cabrera e Óscar Guarín Martínez

2024
 
Este texto é um dos produtos da pesquisa intitulada “Imágenes de Tiempos Futuros”, financiada pela Vice-Reitoria de Pesquisa da Pontificia Universidad Javeriana (Bogotá). É também o resultado de vários encontros em diferentes espaços dos quais os autores participaram em nome do SensoLab, um laboratório de experimentação em ciências sociais da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Javeriana.

Serras de outra ordem

Mariana C. A Petroni
 

2024

 
Este texto é uma breve reflexão sobre grafias de vidas indígenas a partir do debate realizado na Sala de Cinema do La’grima do dia 21 de agosto de 2020. A discussão foi sobre o filme Serras da Desordem (2016), de Andrea Tonacci.

Senhoras do mar

Aina Azevedo e Jeferson Carvalho

2021

 
Composição gráfica motivada pelo filme Ama-san (2018), de Cláudia Varejão, discutido na Sala de Cinema do La’Grima, em 2020. Inspiramo-nos livremente nas discussões do grupo, bem como em frases e imagens do filme.

O Mistério

Clarissa Reche

2019

 
Bordado e colagem feitos a partir de imagens de enciclopédias de ciência encontradas no lixo. Inspirada em (bio)grafia.

Natureza

 
Ana Maria de Niemeyer

 

2024

 
A neblina no meio da floresta, o mistério das árvores tão grandes, os riachos, as cachoeiras despencando morro abaixo. A tempestade que tudo clareia e, ao mesmo tempo, escurece, nos afastando e nos aproximando da natureza. O cheiro de terra molhada, os bichos nunca antes vistos que, de repente, aparecem, outros habituais que se escondem. Enfim, tudo é mistério, mas também familiar, pois outras tempestades, nevoeiros, sombras e luzes virão.

Mapas visuais

 
Alexsânder Nakaóka Elias

 

2024

 
As composições aqui apresentadas correspondem ao segundo e terceiro dos três mapas visuais que elaborei para compor o quinto capítulo da minha tese “Dupla imagem, duplo ritual: a Fotografia e o Sutra Lótus Primordial”, fruto das minhas pesquisas junto à comunidade budista Honmon Butsuryu-shu (HBS), cuja matriz é japonesa.

Da escrita e imagem à grafia, e os desafios da descrição

Suely Kofes

 

2024

 
O desafio aqui sugerido é o de nos deslocarmos da oposição entre termos como o de escrita (e texto) e imagem para as suas relações contidas na noção de grafia. Interessa também problematizar a descrição, considerada como necessária para a antropologia.

GLOSSÁRIO VERBO-VISUAL 

Alexsânder Nakaóka Elias

 

2024

 
Este exercício tem como alicerce o acervo formado por diários fotográficos, narrativas orais e cadernos de campo escritos que compus durante diversas etapas de pesquisa junto à primeira comunidade budista do Brasil,
denominada Honmon Butsuryu-shu (HBS).

Bolor, rugas, vestígios do tempo. 

Bianca de Camargo Setti
2021
 
Experimento em vídeo produzido a partir das reflexões em torno no filme “Os catadores e eu”, de Agnès Varda, e da discussão realizada sobre ele no contexto da Sala de Cinema La’Grima.

As respigas de Varda 

Bianca de Camargo Setti

2021

 
As respigas de Varda” é resultado das reflexões em torno no filme “Os catadores e eu”, de Agnès Varda, e da discussão realizada sobre ele no contexto da Sala de Cinema La’Grima. O trabalho busca pensar a partir de Walter Benjamin e Etienne Samain o gesto de respigar para além dos restos, percebendo a própria Varda enquanto respigadora de imagens na construção de sua narrativa fílmica.

A vida das rendas de bilros na Casa das Rendeiras 

Ana Carolina Campos Almeida


2021
 
A partir de meu trabalho de mestrado e doutorado na associação de mulheres da Casa das Rendeiras em Ilha Grande, Piauí, Brasil, pude perceber alguns entrelaçamentos de linhas nas mãos dessas mulheres rendeiras de bilros. Gestos, cores, sons.

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