“Pensei que fosse perder lá dentro” é um trabalho artístico centrado na investigação das sensações provocadas no corpo pelo uso de absorventes internos. Nas imagens criadas sequencialmente, me aproprio do caráter fálico do objeto provocador deste estudo, metamorfoseando sua forma em um ser outro a partir da sugestão de figuras marinhas, tais como conchas, peixes, crustáceos e afins. A partir da simbiose entre natureza e objeto íntimo de origem industrializada, criam-se organismos vivos, metamorfos, que habitam seu próprio universo particular no entre-lugar criado pela técnica da monotipia – ela habita os entremeios entre a gravura e o desenho, materializando linhas que parecem transbordar em si mesmas. Trata-se de um exercício pictórico-poético que testa fronteiras entre corpo, objeto, imaginação, sensação, evoca certa ligação entre carne e mar. Além disso, expresso o desenhar como prática de documentação autobiográfica, além do potencial de se esgarçar uma ideia por meio da experimentação gráfica.
As imagens são monotipias feitas em tinta gráfica sobre papel pólen, 21 x 29,7 (cada).
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