Tudo Aquilo Que Não Consigo Dizer Com Palavras: por uma antropologia feita de linhas, cores e formas
Jéssica Nunes da Silva
2024.
“Eu desenho desde que me conheço por gente”. Partindo de reflexões sobre desenho e antropologia, este ensaio visual materializa-se enquanto um trajeto de redescobertas e reconciliações: na primeira pessoa, a autora busca estabelecer paralelos entre as diferentes formas, funções, usos e possibilidades do desenho etnográfico, e sua própria trajetória. Pergunta-se, dessa forma: tanto quanto o próprio ato de desenhar, subsumido à palavra escrita na trajetória profissional de um sem número de antropólogas-artistas, estaria também o desenho relegado a um lugar menor no rol das técnicas empregadas no trabalho antropológico? Em “tudo aquilo que não consigo dizer com palavras”, o fazer artístico emerge enquanto via de possibilidade para a produção de conhecimento antropológico. Evocativo e singular, expandindo os regimes de visualidade e permitindo co-criar mundos, o desenho reflete não apenas a permeabilidade entre a antropologia e os diferentes fazeres artísticos, como também redimensiona a experiência, permitindo diálogos outros quando apenas a palavra escrita não basta.
Palavras-chave: Desenho; Regimes de Visualidade; Etnografia visual.


